quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Súplica



Agora que o silêncio é um mar sem ondas,

E que nele posso navegar sem rumo,

Não respondas

Às urgentes perguntas

Que te fiz.

Deixa-me ser feliz

Assim,

Já tão longe de ti como de mim.


Perde-se a vida a desejá-la tanto.

Só soubemos sofrer, enquanto

O nosso amor Durou.

Mas o tempo passou,

Há calmaria...

Não perturbes a paz que me foi dada.

Ouvir de novo a tua voz seria

Matar a sede com água salgada.

(Miguel Torga)

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